terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Samba que Mora em Mim, de Georgia Guerra-Peixe


Quando uma alma se libera, um novo mundo se torna possível... Inicia-se então uma espécie de descobrimento de si por entre a multiplicidade que vai além do vivido. O Samba Que Mora em Mim é a quebra da cadeia de hábitos, um rasgar de memória que produz sentido, a invenção de um estilo, uma perspectiva impessoal, um devir constituinte, um ato de amor, uma conquista do tempo... Com uma câmera-desbravadora que percorre ruas, becos e vielas, o sujeito-artista investiga os amantes do samba para encontrar a verdade profunda do tempo e o esquecimento da morte. Mas é só quanto os encadeamentos biográficos se quebram, que a penetração no "morro" se torna acontecimento. Prática estética que libera o passado, abrindo o homem para o futuro. Samba-enredo que ganha o morro, liberto de mim.

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