terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

No Campus Party

Durante a apresentação "Zen e a arte de blogar", no Campus Party Brasil,
ocorreu me que a blogosfera tem expressado de modo dominante o duplo
movimento daidentidade e da comunicação.
Segundo o palestrante, duas vertentes de produção têm se apresentado
de modo mais significativo: a dos diários íntimos e a do jornalismo. A
primeira focada no registro cotidiano de impressões subjetivas e a
segunda focada na divulgação de informações diversas que escapam aos
meios convencionais de censura da grande mídia. Mas tanto em uma como
em outra vertente, destaca-se o foco na interação (criação de redes sociais) e no
auto-conhecimento.
Em uma segunda apresentação, o histórico da evolução do movimento de
blogueiros no Brasil é narrado em 3 fases. Uma primeira fase em que
escritores excluídos do mercado editorial se apropriam da ferramenta
como veículo de publicação de suas idéias. Uma segunda fase em que os
jornalistas passam a utilizar a blogosfera como rede informativa de
carater profissional. E uma terceira fase em que estas e outras
vertentes minoritárias disputam o espaço-tempo virtual, travando um
combate muito mais publicitário do que conceitual.
De alguma forma os dois apresentadores entendem a blogosfera como uma
comunidade informativa, que passa a "ganhar voz a partir do upload" e,
que de alguma modo, trata de modo autoral uma grande diversidade de
temáticas que percorrem o público e o privado.

De modo diferente, não tenho me apropriado do blog enquanto mecanismo de exploração de um suposto "eu" ou como estratégia para o reconhecimento da alteridade ou o "dar a voz ao outro".
Tenho pensado o blog enquanto criação de um outro-eu, ou de um tornar-se o que se é no outro. O que a meu ver não só ultrapassa a alteridade, como explode o eu. A fórmula niestzschiana do tornamento me parece impecável ao fazer andar a vida de modo fabuloso. A multiplicação de personagens virtuais, em um misto de mim e de muitos outros, tem aberto condições para colocar o tempo e a inspiração a favor de um gosto pelo devir. O Falso de si enquanto mais alta arte cinematográfica do real é apenas uma maneira de estetizar a vida. Afirmar uma ética do simulacro é fazer do pensamento arte e da arte pensamento. Acho que neste ponto os multimeios da internet se conjugam com as mnemotécnicas fabulosas do cinema para uma tecnologia que se faz do relacional.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Cine-clínica na Unicamp


Mensagem para o Fórum de Cinema e Clínica (Unicamp)

Penso que o audio-visual pode abrir possibilidades inusitadas para a clínica e, por princípio, vejo positivamente toda e qualquer iniciativa de composição. Entretanto, insisto em alguns aspectos que, a meu ver, merecem ser tratados com rigor.
Primeiro em relação ao investimento em novos modos de expressão, conforme a consideração do Prof. Sérgio. Considero que o uso da imagem não garante necessariamente uma expressividade outra, se dissociada dos elementos substanciais e formais da narrativa cinematográfica. Não existe cinema se as imagens não são narrativizadas, de alguma forma. E sem cinema, não há emergência da arte da imagem, nem invenção de novas expressões, nem estetização da existência (conforme o terceiro gênero de conhecimento de Espinoza, para me servir do autor citado).
Assim, relembrando as 2 opções de desdobramentos bem apontadas pelo Altair, vejo como menos interessante a opção que instrumentaliza o video como ferramenta de pesquisa. Nesta hipótese, penso que a expressividade terá que provir de um campo outro, que não o próprio cinema. O que não penso ser de todo inviável, mas de alguma forma menos potente (dada a minha cinefilia).
Já a outra opção, considero mais desafiadora e muito mais arrriscada, sendo necessário uma empresa bem mais ampla. Trata-se de apreender, enfim, que existe um pensamento do cinema (antes de cineastas, tecnologias, filmes, produções, etc). Acredito ser possível servir-se deste pensamento mesmo sem fazer filme, mesmo sem ser profissional da imagem. A produção cinematográfica é uma convocação a pensar, independente das conseqüências. O cineasta é antes um pensador, alguém que recorta o real imergindo na duração. Como diria Tarkovski, fazer cinema é esculpir o tempo. Esta é a questão que considero vital: será que somos capazes de um pensamento cinematográfico? Será que somos capazes de apreender, em um corte, o movimento e o tempo real? Estas questões foram bem problematizadas por Deleuze (filósofo-cineasta que pensou o cinema e o pensamento, sem produzir um filme).
Por fim, considero também bastante pertinente a preocupação do Ricardo, que sinalizou algo sobre a relação com os usuários durante o processo clínico, o que remete às questões éticas que atravessam a clínica, mas também o cinema documentário (em que os personagens não são representados, mas vividos por “atores nativos”). Este ponto é muito rico, porque o olho tátil inventado pelo agenciamento homem-câmera precisa se produzir em ato e ser a visão de um ser da relação (o que acredito ser de grande interesse clínico). Não vejo como fazer uma hibridação de cinema e clínica de modo extrínseco, e acho que pensar as implicações da arte nas ações em saúde precede os aspectos técnicos e metodológicos de uma investigação desta natureza.
Em suma, acho que o problema é da ordem de um pensamento do cinema e, no campo da saúde, o horizonte é de alargamento das condições de experiência real da clínica.

Abraços,
Ale.

Edição de Video em Software Livre


A oficina de audio-visual pode ser aceleradora dos processos.
Estou me inscrevendo...

Nômades no Campus Party Brasil


"Hoje abrimos as portas da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, para os 3 mil inscritos no maior encontro mundial da Internet. A Campus Party será uma grande festa, uma oportunidade única para os brasileiros mostrarem porque somos considerados os maiores e melhores usuários de internet do planeta.

Aqui teremos, por uma semana, um panorama completo das inovações tecnológicas apresentadas em mais de 300 atividades vinculadas a 10 áreas do conhecimento. Para nós é uma honra e uma alegria poder conviver com o talento e a criatividade de todos vocês. Sejam bem vindos campuseiros!"



Eu, Júlio, Amaury, Daniel, Leo e Ângela estaremos por lá, conectando, registrando e blogando. Novas passagens estão por ser abertas para o laboratório de tecnologias relacionais e todo o coletivo nômade de arte e multimídea.

Nômades no Campus Party Brasil

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Aqui teremos, por uma semana, um panorama completo das inovações tecnológicas apresentadas em mais de 300 atividades vinculadas a 10 áreas do conhecimento. Para nós é uma honra e uma alegria poder conviver com o talento e a criatividade de todos vocês. Sejam bem vindos campuseiros!"



Eu, Júlio, Amaury, Daniel, Leo e Ângela estaremos por lá, conectando, registrando e blogando. Novas passagens estão por ser abertas para o laboratório de tecnologias relacionais e todo o coletivo nômade de arte e multimídea.