sábado, 26 de dezembro de 2009

Transcinema

"Conceituamos como transcinema uma imagem pensada para gerar ou criar uma
construção de espaço-tempo cinematográfico em que a presença do participador
ativa a trama que se desenvolve. Transcinema é uma forma híbrida entre a
experiência das artes visuais e do cinema na criação de um envolvimento sensorial
para o espectador que como participador do filme produz a própria montagem,
define velocidades, cores, diálogos em um fluxo combinatório, experimentando
sensorialmente as imagens espacializadas, de múltiplos pontos de vista. Transcinema
é o cinema como interface, isto é, como uma superfície em que podemos ir através." Katia Maciel

Live Cinema

Live Cinema é o Cinema que acontece ao vivo. É uma performance audiovisual onde o próprio diretor, realizador, performer ou artista executa o seu 'filme' ali, na frente da platéia.


Imagine o artista poder mudar o final do seu 'filme', simular novas imagens e sons, novas sequências e acima de tudo criar diferentes narrativas, baseadas na reação que a platéia tem diante da obra. Pois bem, isso é o Live Cinema.


No Live Cinema os artistas - que apresentam seus trabalhos na forma de composições audiovisuais, remixes de filmes consagrados e/ou em obras experimentais de investigação conceitual ou de linguagem - não concebem mais uma obra acabada, mas uma possibilidade de articulação de seus elementos em combinações e re-combinações que nunca se repetem criando uma obra/ experiência/ performance audiovisual única e intransferível.

Imagem-Relação

"A imagem-relação é uma imagem mental, a figura de pensamento pela qual o mental é introduzido na imagem. Portanto, designa relações naturais; aponta para seu objeto em virtude de uma lei; rompe os elos sensoriais motores, ultrapassando as próprias relações e já não se deixando mais exprimir em termos de movimento, mas abrindo-se diretamente sobre o tempo." Gilles Deleuze

Imagem-Reflexão

"Imagem intermediária entre a ação e a relação, que em vez de apontar para o seu objeto, reflete outro (imagem cenográfica ou plástica); ou então que reflete o seu próprio objeto, mas invertendo-o (imagem inversa); ou então que reflete diretamente o seu objeto (imagem-discursiva)." Gilles Deleuze

Imagem-Pulsão

"Imagem intermediária entre a afecção e a ação, que é composta por sintomas (qualidades ou potências relacionadas a um mundo originário) e fetiches (bocados arrancados pela pulsão a um meio real, e correspondente ao mundo originári0)." Gilles Deleuze

Imagem-Afecção

"O que ocupa o hiato entre uma ação e uma reação, o que absorve uma ação exterior e reage ao interior" Gilles Deleuze

Imagem-Ação

"Reação do centro ao conjunto." Gilles Deleuze

Imagem-Percepção

" Conjunto de elementos que agem sobre um centro, e que variam em relação a ele" Gilles Deleuze

Imagem-Movimento

"Conjunto acentrado de elementos variáveis que agem e reagem uns sobre os outros." Gilles Deleuze

Quasi-Cinema

"Trata-se de acelerar e multiplicar as montagens cinema, ao incorporar e fragmentar a linguagem como processo não-linear e não-acabado." Hélio Oiticica

Program in Progress

Refere-se à ausência de continuidade entre uma experiência e outra, insiste na idéia de seriação e de incompletude permanente da obra, sempre em desenvolvimento e aberta ao participador.

Relacional

Imagem-relação = uma imagem que se constitui a partir da relação de um expectador implicado em seu processo de recepção

Suprasensorial

"Para mim toda arte chega a isto: a necessidade de um significado Suprasensorial da vida, em transformar os processos de arte em sensação de vida." Hélio Oiticica

Participador

Conceito criado por Hélio Oiticia para caracterizar o expectador como parte da obra. Sem a participação do expectador, a obra não existe. Por exemplo, sem que seja vestido, um parangolé é apenas uma capa pendurado num cabide
Quasi = como ou do mesmo modo que

Modelagem

"Suprima radicalmente as intenções nos seus modelos" Robert Bresson

Modelos

"Modelos que se tornaram automáticos (tudo pesado, medido, cronometrado, repetido dez, vinte vezes) e soltos no meio dos acontecimentos do seu filme, suas relações com as pessoas e os objetos em torno deles serão precisas, pois não foram pensadas." Robert Bresson

O Relacional

"Criar não é deformar ou inventar pessoas e coisa.s É estabelecer entre pessoas e coisas que existem e tais como elas existem, novas relações." Robert Bresson

Live Cinema

terça-feira, 27 de outubro de 2009

EcoLiveCinema - Gattaca

Cantareira, Ecosofia, Percpeção, Live, Cinema, Tranz,
Q
uasi, Modos, Atenção, Fluxus, Co...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quasi-cinema


NY,1974. Hélio Oiticica cria com Neville de Almeida a experiência que intitula de quasi-cinema, blocos de experiências, work in progress, sequência de espaços fílmicos.

"Esses blocos de experiência são uma espécie de quasi-cinema: um avanço estrutural na obra de Neville e aventura incrível no meu afã de inventar - de não me contentar com a e de me inquietar com a relação (principalmente visual) espectador-espetáculo (mantida pelo cinema-desistegrada pela tv) e a não ventilação de tais discussões: uma espécie de quietismo quiescente na crença (ou nem isso) da imutabilidade da relação: mas a hipnotizante submissão do espectador frente à tela de super-definição visual e absoluta sempre me pareceu prolongar-se demais".

Esses blocos se constituem de projeções simultâneas de slides, de uma banda sonora, e de uma série de instruções para a participação do espectador. Entre a fotografia e o cinema Hélio fragmenta a experiência fílmica deslocando as imagens do visual para o sensorial.

Cinema Expandido


“O ponto que quero deixar claro aqui é ainda vital para uma compreensão da função da arte no ambiente, embora ela seja ignorada pela maioria dos críticos de cinema É a idéia de que o homem esta imerso em um ambiente rede intermídia.

Assim que tivermos concordado sobre isso, torna-se imediatamente evidente que a estrutura e os teores do cinema popular é uma questão de importância crucial, ou pelo menos tão séria como a maior parte das questões políticas tratadas pelos artistas.
O cinema não é apenas algo de dentro do ambiente. A rede intermídia do cinema, televisão, rádio, revistas, livros e jornais são o nosso meio ambiente, um ambiente-serviço que transporta as mensagens do organismo social. Estabelece significado na vida, cria canais de mediação entre o homem e o próprio homem, entre o homem e a sociedade.
Nós temos visto a necessidade na criação de novos conceitos. Ainda que sejam conceitos que estão em processo de expansão e em fase embrionária em comparação com as linguagens predominantes. Num mundo onde a mudança é a única constante, fica óbvio que não podemos dar ao luxo de confiar na tradicional linguagem cinematográfica. O mundo mudou incomensuravelmente nos anos 70 desde o nascimento do cinema: “mundo” agora, inclui o microcosmo do átomo e o macrocosmo do universo em um espectro.” Gene Youngblood
Duas definições:

'Expanded cinema' was a term used to describe films presented on many screens simultaneously. Its aim was to make visible aspects of the medium normally employed 'transparently'. It demanded that the spectator reflect on the means of image-making.
in http://www.tate.org.uk/britain/artistsfilm/programme2/expandedcinema.htm

“Expanded cinema”, i.e. the expansion of the commonplace form of film on the open stage or within a space, through which the commercial-conventional sequence of filmmaking – shooting, editing (montage), and projection – is broken up (...). Today, expanded cinema is the electronic, digital cinema, the simulation of space and time, the simulation of reality. The expanded cinema of the 1960s, as part of the alternative or independent cinema, was an analysis carried out in order to discover and realise new forms of communication, the deconstruction of a dominant reality.
in http://www.sensesofcinema.com/contents/03/28/expanded_cinema.html

Transcinemas


Divididos em duas partes, os 37 textos que compõem este livro — precedidos de uma introdução de Katia Maciel, que procura definir o termo transcinemas, proposto por ela para abarcar as novas situações de cinema em que superfícies híbridas de luz e movimento se conjugam com a participação e a imersão dos espectadores — representam, em suas inter-relações, um amplo e fundamental panorama do que tem sido elaborado nos últimos anos por muitos dos mais importantes teóricos e artistas ligados ao tema no Brasil e no mundo.

Poucos anos após o seu surgimento, o cinema se consolidou numa de suas formas de exibição, caracterizada, em termos gerais, por ocorrer numa sala cuja arquitetura se assemelha à do teatro italiano, por envolver a projeção de uma imagem em movimento e por adotar uma narrativa influenciada não só por modificações na estrutura do romance literário, como também pelo desejo socialmente disseminado de ver outros lugares sem a necessidade de se deslocar. Suas outras formas pioneiras, em especial os panoramas e suas galerias de atrações, obscureceram-se sob a hegemonia de tal modelo estético, em torno do qual se ergueu uma poderosa indústria de entretenimento.

O cinema, contudo, sempre foi experimental, ou seja, sempre foi um campo de pesquisa definido por questões formais que retomaram, nas montagens inauguradas por sua linguagem, princípios da fotografia, da pintura, do teatro e da literatura. Como tornar móvel a imagem e como enquadrá-la? Quais os modos de projetá-la? De que maneiras integrar ao que é exibido cor, som e profundidade? Que tipo dc participação se espera do espectador?

Ao longo dos anos, portanto, mantiveram-se ou conformaram-se linhas de investigação. cujos efeitos têm sido reelaborados pela presença de novas possibilidades tecnológicas surgidas desde o início do século XX. Cinema experimental, arte do vídeo, cinema expandido e cinema interativo agrupam importantes momentos de transformação do dispositivo cinematográfico, e suas produções, cada vez mais, espalham-se por museus, galerias de arte, universidades e, sobretudo, casas. Instalado em espaços expositivos, reproduzido em leitores domésticos, acessado na internet ou mesmo projetado nas salas tradicionais, o cinema hoje se move em inúmeros caminhos, recriando, de maneira intensa, os modos pelos quais vemos e experimentamos tanto o mundo quanto a nós mesmos.

Transcinemas

Divididos em duas partes, os 37 textos que compõem este livro — precedidos de uma introdução de Katia Maciel, que procura definir o termo transcinemas, proposto por ela para abarcar as novas situações de cinema em que superfícies híbridas de luz e movimento se conjugam com a participação e a imersão dos espectadores — representam, em suas inter-relações, um amplo e fundamental panorama do que tem sido elaborado nos últimos anos por muitos dos mais importantes teóricos e artistas ligados ao tema no Brasil e no mundo.

Poucos anos após o seu surgimento, o cinema se consolidou numa de suas formas de exibição, caracterizada, em termos gerais, por ocorrer numa sala cuja arquitetura se assemelha à do teatro italiano, por envolver a projeção de uma imagem em movimento e por adotar uma narrativa influenciada não só por modificações na estrutura do romance literário, como também pelo desejo socialmente disseminado de ver outros lugares sem a necessidade de se deslocar. Suas outras formas pioneiras, em especial os panoramas e suas galerias de atrações, obscureceram-se sob a hegemonia de tal modelo estético, em torno do qual se ergueu uma poderosa indústria de entretenimento.

O cinema, contudo, sempre foi experimental, ou seja, sempre foi um campo de pesquisa definido por questões formais que retomaram, nas montagens inauguradas por sua linguagem, princípios da fotografia, da pintura, do teatro e da literatura. Como tornar móvel a imagem e como enquadrá-la? Quais os modos de projetá-la? De que maneiras integrar ao que é exibido cor, som e profundidade? Que tipo dc participação se espera do espectador?

Ao longo dos anos, portanto, mantiveram-se ou conformaram-se linhas de investigação. cujos efeitos têm sido reelaborados pela presença de novas possibilidades tecnológicas surgidas desde o início do século XX. Cinema experimental, arte do vídeo, cinema expandido e cinema interativo agrupam importantes momentos de transformação do dispositivo cinematográfico, e suas produções, cada vez mais, espalham-se por museus, galerias de arte, universidades e, sobretudo, casas. Instalado em espaços expositivos, reproduzido em leitores domésticos, acessado na internet ou mesmo projetado nas salas tradicionais, o cinema hoje se move em inúmeros caminhos, recriando, de maneira intensa, os modos pelos quais vemos e experimentamos tanto o mundo quanto a nós mesmos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cinema Nômade com Francis Ford Copolla


Rumble Fish (peixe de combate), filme de Coppola renomeado na tradução brasileira como O Selvagem da Motocicleta, traz a superfície o problema das vidas de uma juventude encurralada numa atmosfera urbana própria para enfraquecer, capturar e tornar o desejo dependente. O motor abstrato da sociedade, o capital e suas trocas esterilizantes e niveladoras, se insinuam como pano de fundo de uma tragédia urbana. Vidas em busca de motivos que tornem o existir interessante, em contínua variação; uma procura desesperada pelas zonas relacionais de intensidade manchadas por uma paisagem povoada por trapos humanos. Os meios de diferenciação, os dispositivos de combate, as conquistas de modos intensivos de ser, tudo isso escapa a tipos que só encontram prazer ou saída na vida em dissolução, nos afetos que ao preencherem-na operam como entorpecimento, como desvio de si e resposta às dores e sofrimentos intoleráveis e sem sentido, exceto o de fazerem o homem se render, cansado e sem pespectiva, ao conformismo generalizado dos impotentes, de uma sociedade fraca. Vivos aos trapos, separados da capacidade de situarem-se num campo fatídico de forças trituradores de desejos e portanto longe de verem-se cúmplices e/ou protagonistas de usas cadeias e tomados de dentro como elementos do próprio problema que os coage. Territórios em decomposição servem de arapucas, orquestradas imperceptivelmente por linhas de força daquele poder que faz das paixões tristes o maior de todos os negócios, o negócio dominante que quer se fazer passar por vida, mas que não pode fazê-lo sem rebaixá-la, sem vergar e substituir a vida intensa, como uma pálida lembrança da vida, como narcótico e esquecimento maior da própria morte em vida. Para modos impulsivos de viver impõe-se criar expressividade a todo o custo, traçando linhas mortíferas de fuga. Mas então só resta o confronto, a desistência, a morte. O jovem da motocicleta difere, intempestivo e precipitador. Vislumbra linhas de fuga que ele mesmo, pessoalmente, já não pode mais traçar. Rasga no fundo cinza de uma humana natureza morta, criando uma paisagem de cores à qual já não pode mais juntar-se. (Luiz Fuganti)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cinema Nômade e Jean Rouch


O cineasta e etnólogo Jean Rouch fez quase todos os seus 120 filmes na África, aonde chegou aos 24 anos como engenheiro de estradas. Rouch põe em xeque as noções de ficção e realidade. Sobre Eu, um Negro, rodado na Costa do Marfim, ele diria: Sabia que iríamos mais fundo na verdade se, em vez de termos atores, as pessoas interpretassem a própria vida. O filme segue um grupo de amigos que vive de biscates. Aceitando a proposta de Rouch, cada um imaginou ser um personagem, inventou uma história, encenou-a pela cidade e depois, assistindo às cenas captadas (sem som), recriou as falas que havia improvisado. O tempo não desfez em nada a força desse filme. Tampouco amenizou o impacto de Os Mestres Loucos, rodado em Gana. Num cruzamento desconcertante de religião, história e individualidade psíquica, o filme mostra uma seita cujos membros, em transe, personificam figuras do colonialismo inglês. No auge do ritual de possessão um animal é sacrificado e comido pelos "mestres loucos" - trabalhadores imigrantes que logo retomarão seu cotidiano sem mistério. São 26 minutos em que não despregamos os olhos da tela.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A obra cinematogáfica de Marguerite Duras no Cinesesc

O Cinesesc está nos presenteando com a oportunidade rara de apreciar algumas obras cinematográficas de Marguerite Duras. O enquadramento sonoro impecável e a estratografia visual intensiva são marcas inequívocas da autora. Vale a pena conferir um dos cinemas que estão na gênese da poética disjuntiva dos agenciamentos audio-visuais modernos, e que mais contribuem para a liberação de atos de fala puros e para a composição dos discursos indiretos livres na grande tela.
Imperdível!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novo Curso da Escola Nômade





A Imagem-Memória: Cinema, pensamento e clínica

por Alessandro Campolina

Análise fílmica e disucussão da obra de diferentes cineastas em suas intercessões com o pensamento de Deleuze, Bergson e Nietzsche. Apresentação da semiótica imagética deleuziana, a partir dos conceitos de imagem, narrativa, movimento e tempo. Hibridações de cinema e clínica: tornamentos e personagens fabulosos.

Conteúdo Progamado

O cinema de Ozu, Resnais e Marker.

O agenciamento audio-visual e a síntese dijuntiva.

Situação-cotidiano: o anal, o ordinário, o regular. Descrições inorgânicas.

O espaço-qualquer. Signos visuais, signos sonoros, signos do tempo.

A imagem, o espelho, o germe. Plano e movimento; montagem e tempo.

Do movente ao cristalino. Espelhamento e montagem-cut.

Esculpindo cristais de tempo: a lógica cristalina da expressão.

Espaço vazio e tempo pleno: o sentido em contato com o tempo (ou o pensamento).

Membrana, cérebro. A Noosfera.

Filmografia Programada

06/08/09 – Noite e Neblina, de Alain Resnais

20/08/09 – Contos de Tóquio, de Yasujiro Ozu

03/09/09 – Pai e Filha, de Yasujiro Ozu

17/09/09 – Bom Dia, de Yasujiro Ozu

01/10/09 – Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais

15/10/09 – O Ano Passado em Marienbad, de Alain Resnais

29/10/08 – Meu Tio da América, de Alain Resnais

05/11/09 – Sem Sol, de Chris Marker

19/11/09 – La Jetée, de Chris Marker

Data de início: 06 de agosto de 2009
Horário: quinzenal, às quinta-feiras, das 19:30 às 22:30hs
Duração: agosto a novembro de 2009
Local: São Paulo-SP (próximo ao Metrô Brigadeiro)

Inscrições: pelo e-mail alecampolina@escolanomade.org

domingo, 28 de junho de 2009

Cinema Nômade com Jean Rouch

Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de Fevereiro de 2004), é o fundador do cinema verdade. Como cineasta e etnólogo, explora o documentário puro e a docuficção criando um subgênero: a etnoficção. Cineasta de extrema importância que extrai uma matéria notável de pensamento para todos aqueles que estão preocupados em problematizar os modos humanos de existir desde as formas ditas primitivas até os modos contemporâneos de viver, e a coexistência e atravessamento das diversas culturas, etnias e valores.

sábado, 13 de junho de 2009

Mostra Jean Rouch na Cinemateca

Algumas dicas para os que nunca viram Jean Rouch:

1-Curtas da década de 40 e 50: as linhas de fuga africanas, o combate ao eurocentrismo, a invenção de dispositvos técnicos e estéticos por Jean Rouch (engenheiro, antropólogo e cineasta). As condições do outramento.
Filmes: Batalha no grande rio, A caça ao leão com o arco, Os mestres loucos, Baterias Dogon, são alguns imperdíveis.

2- Jaguar e Eu, um negro: misto de cinema participativo e performático, dança dos devires negros. A invenção de si e de mundos próprios. A potência nômade fugidia e a ficção enquanto verdade da fuga.

3- Crônica de um Verâo: marco do cinema verdade, a fabulação e o discurso indireto livre no documentário, a produção de encontros-personagens fabulosos. Imperdível ...

4- A pirâmide Humana: a criação de personagens a partir de procedimentos psicodramáticos e a afirmação dos devires...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cinema Nômade com Scorcese

A Nova York dispersiva é vista pelo retrovisor das lentes lentas do filme-fluxo de Scorcese. Táxi Driver é a balada-catálogo de todos os clichês psíquicos, todos os “chichês óticos e sonoros” da cidade-néon. A multidão perdendo os seus contornos, tornando-se necessidade de fuga, desconstrução do espaço, invenção de novos territórios sub-urbanos, extra-ações e infra-ações que esgarçam a fibra nervosa que encadeia as ruas, os personagens, os acontecimentos. Sem totalidade, mas com imagens flutuantes, é o acaso que se torna o único condutor. Toda uma série de “boas intenções” fadadas ao fracasso. Travis convida uma rapariga para uma saída e leva-a a um filme pornô. Travis quer ser amigo de uma prostituta menor e acaba por assustá-la. Travis hesita entre se matar e cometer um crime político. Como se os acontecimentos não lhes dissesse mais respeito, como se as ruas não lhes tivesse mais pertença, como se as irregularidades do trajeto não lhes fosse mais acidentes, como se as geografias das esquinas não lhes determinasse mais o itinerário, como se o que se julgava monotonia nunca deixasse de ser criação e como se onde só se via sempre “repetição”, nunca deixasse de ser diferença...



domingo, 3 de maio de 2009

Cinema Nômade com Jim Jarmusch


Dead Man é a história da viagem física e espiritual, de um jovem, num território hostil e selvagem. William Blake (Johnny Depp) viaja para as mais longínquas fronteiras do oeste americano, perdido, gravemente ferido e, perseguido por pistoleiros, encontra um nativo americano chamado "Ninguém", que acredita que Blake seja na realidade o poeta inglês. Belíssimo road movie do oeste, com problematizações de existência e ritmo hipnótico, moldurado por paisagens deslumbrantes de tempos quaisquer. Dead Man, tornou-se uma obra-prima por re-inventar um gênero, que já tinha sido explorado a exaustão, um western sensível, misterioso e filosófico.


Cinema Nômade com Orson Welles


Algo de essencial na e da natureza é pratica de simulacro! Haveria então algo de natural no humano enganar que inviabilizaria o bem e as boas intenções sempre punidas? Poder de trapacear e mentir? Ou então a própria trapaça e mentira como fontes de poder? E se a Verdade, o Original, o Modelar fossem as trapaças supremas? O gosto pela mistificação, a eleição da verdade como acesso ao real, pode ser a primeira grande mentira, a grande trapaça universal investida com garantia de lucro certo: aquela dos homens de bem, os justos e os verídicos, que desperta seus guardiões, os experts no raro, no belo, no original, no verdadeiro! Quem precisa de experts? Quem precisa da verdade? Quem em nós a cultiva? E o que realmente queremos ao cultivá-la? Não será melhor trapacear para controlar e ganhar com o que nos ameaça? Poderia a cópia tornar-se melhor que o original? E o original, poderia não ser reconhecido pelo seu criador? Experts enganados pela potência do simulacro?
A obra de arte, assim como nossos modos de vida e o que investimos, vale aquilo que pode tornar-te! Para que então serviria o verdadeiro? Para que e para quem então serviriam a mentira? a trapaça? o engano? o embuste?

Coma na mágica, a trapaça, a mentira, o poder desfocam, desviam, simulam: captura de atenção para despejá-la sobre um foco improvável. Mas pronto para emergir como polarizador e tornar-se o centro das atenções capturadas, ganhando existência, sentido e valor a partir delas. O desejo que se engana, se deixa enganar, se opõe ao desejo de verdade? Pra que serve a verdade? Quem em nós quer fazer a diferença em relação ao que nos ameaça? Não é o mais duradouro e triunfante dos passes de mágica destacar parte do real como universal? Não seria mesmo a eleição da Verdade como critério de valor, o maior de todos os embustes?
Um copiador: artista ou falsário? o que vale um original? o que vale uma cópia? Quem avalia em nós? Quem avalia por nós?

Verdades, mentiras, embustes, trapaças, mas um só e mesmo acontecimento implacável: tudo retorna sobre o investidor - a verdade, a trapaça, a mentira, o embuste - tudo isso tem um motor: o desejo que se implica e modifica no querer, nesse devir!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cinema Nômade com Hal Hartley


Enfim, Maria se dá conta de que há algo de confiável em Matthew: “ele é perigoso e sincero. Hal Hartley nos dá um retrato realista dos modos de subjetivação independentes, modos de existência singulares que produzem corpo a partir do abandono das roupagens justas do senso comum. Se existe um combate, não é o dos vencidos contra os ganhadores, mas de todos os clichês que contracenam com as linhas de fuga que afirmam o ser em sua heterogênese. Em um pólo de captura, são corpos e atitudes teleguiados por uma força de homogeneização, compondo na tela uma uniformidade chapada: mães que odeiam seus filhos, pais ressentidos que despejam sua culpa, perversos panoptizando por fascinação histérica. Mas uma granada faz circular o potencial de explosão deste estado achatado de banalidades. Que se possa acioná-la a qualquer momento, basta recuperar a crença no acontecimento, basta optar pelo trágico, basta confiar e conseguir entregar-se por inteiro.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Bibliografia

Livro A poética do cinema

por Raúl Ruiz

Bibliografia

Livro A poética do cinema

por Raúl Ruiz

Bibliografia

Tese Documentário e Virtualização: proposta para uma microfísica da prática documentária

por Luiz Augusto Rezende

Bibliografia

Livro Roteiro para Cinema e Televisão

por Flávio Campos

Bibliografia

Livro Sobre fazer Documentários

por vários autores (Itaú Cultural)

Bibliografia

Texto A dificuldade do Documentário

por João Moreira Salles

Bibliografia

Texto A dificuldade do Documentário

por João Moreira Salles

Bibliografia

Livro O Cinema: ensaios.

por André Bazin

Bibliografia

Os Livros de Cinema de Gilles Deleuze:

Cinema 1 e 2 em torrent

Cinema 1 em inglês

Cinema 2 em inglês

Bibliografia

Livro O ato de criação

por Gilles Deleuze

Bibliografia

Livro Dicionário Teórico e Crítico de Cinema

por Jacques Aumont

Bibliografia

Produção de Cinema

Apostila do Curso, 2005.

Bibliogra

Livro Esculpir o Tempo

por Andrei Tarkovski

Bibliografia

Livro O qué o Cinema?

Por Jean Claude Bernardet

Bibliografia

Livro A Linguagem Cinematográfica

por Marcel Martin

Bibliografia

Livro História do Cinema Mundial

por Fernando Mascarello (org.)