quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Co-laboratório de Tecnologias Relacionais

Algumas contribuições sobre o nome próprio deste acontecimento, feitas por colegas participantes do co-laboratório. Síntese feita por João Leão.

Julio:
- Gosto do termo coletivo, que denomina grupos autogestionados
-
As experimentações tecnológicas e "artísticas" são livres e não estão a serviço, senão do próprio encontro em simbiose com os modos de vida. Os interesses individuais se complementam e formam um conjunto com potência amplificada.

Joao:
- acho que a essencia seria mesmo a pesquisa e a produção no meio virtual
-
espaço para produzir meios de interação e ferramentas úteis ao movimento em geral

Ale:
-
arte: produção de produtos artísticos/culturais ou produção de meios de estetização da existência?
- Utilização de recursos audio-visuais (baseado em tecnologias livres) para a invenção de novos modos de registros/memórias capazes de estetizar as múltiplas maneiras nômades de ser
-
se houver algum produto, talvez para mim seja este: um produto-produção ou o duplo ou o pouco dos dois

Daniel:
-
A partir dessa base comum a idéia é criar "produções estéticas" utilizando o áudio, vídeo, tecnologia e pensamento.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Clausura Operacional

O funcionamento do sistema nervoso é plenamente consistente com sua participação numa unidade autônoma, na qual todo estado de atividade leva a outro estado de atividade nela mesma, dado que seu modo de operar é circular, ou em clausura operacional. É interessante notar que a clausura operacional do sistema nervoso nos diz que seu funcionamento não cai em nenhum dos extremos: nem o representacionalista nem o solipsista. (HR Maturana e FJ Varela)

A memória imunológica é tida como uma característica clonal, pelo menos no contexto de respostas secundárias, e o reconhecimento antigênico (diretamente relacionado à memória) é provavelmente a propriedade imunológica de maior apelo cognitivo. É possível afirmar que o sistema imune não apenas pode ser visto como um sistema cognitivo, mas também é capaz de complementar e/ou regular as capacidades neurais de reconhecimento e tomada de decisão através da percepção de estímulos que não podem ser detectados fisiologicamente de forma direta.

Ao invés de explicar os processos de sinalização celular e a interação de anticorpos, células e seus mecanismos efetores, a teoria de rede inicialmente proposta apresentava um novo ponto de vista sobre a atividade linfocitária, a produção de anticorpos, a seleção do repertório pré-imune, a distinção próprio/não-próprio e a tolerância imunológica, a memória e a evolução do sistema imunológico. Foi sugerido que o sistema imunológico é composto por uma rede regulada de células e moléculas que se reconhecem mesmo na ausência de antígenos. Este ponto de vista estava em conflito com a teoria da seleção clonal já existente naquela época, que assumia que o sistema imunológico era composto por um conjunto discreto de clones celulares originalmente em repouso, sendo que a atividade apenas existiria quando um estímulo externo se apresentasse ao organismo.

O elemento chave é o anticorpo, que atua como um antígeno através de domínios idiotípicos. Existe, portanto, uma imagem interna do universo antigênico. O reconhecimento mútuo entre os elementos do sistema imunológico (linfócitos B e anticorpos) forma uma vasta rede interconectada de elementos que se comunicam entre si, a chamada rede idiotípica ou rede imunológica.

Dessa forma, os elementos próprios provocam um determinado tipo de resposta, enquanto os não-próprios induzem outra resposta, baseada não na natureza intrínseca do não-próprio, mas no fato de que o sistema imunológico enxerga o antígeno externo no contexto de invasão ou degeneração.




Definição 2: O homúnculo imunológico é a imagem interna do próprio adquirida pelo reconhecimento primário dos antígenos próprios, tanto no timo, como na periferia (Cohen, 1992).