segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cinema Nômade, com Alain Resnais


Hiroshima, meu amor

Um deslocamento radical na percepção da existência por força de um amor; outro foco, outro móvel move então o desejo; lances de tempos por vir e já passados brotam do toque suspenso das peles que ardem e derretem, e por entre os corpos que duram e se dilatam, vozes inauditas emergem, sentidos interrompidos reverberam, intensidades esmagadas ressurgem dos labirintos de tempos soterrados, subterrâneos da infamia misturados ao extraordinário da vida, entalados, engolfados, sufocados; sussurros de tempos vividos, gemidos dobrados; murmúrios dos movimentos raros e do insuportável esquecidos; memórias inconsoláveis, acontecimentos indigeríveis, fazendo retornar sempre esse algo de indestrutível... insalubres retornos, morredouros da confiança ou movedouros das causas profundas da corrosão da confiança e da força dos afetos mais nobres...?

Hiroshima, meu Amor (Hiroshima, mon Amour)
1959, França/Japão, 90min
Direção: Alain Resnais

Data: 21 de outubro de 2011 às 20h00

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo - SP (11) 3221-5558 / 3222-2662

Entrada Franca

Ponto de Cultura Movimentos Nômades de Cultura

escolanomade.org

Oficina Cultural Oswald de Andrade


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O termo "LIVE CINEMA” ou “Cinema ao Vivo" foi usado originalmente para classificar uma sessão de cinema silencioso que tinha a execução de música ao vivo durante a sua apresentação. Mas isso foi no início do século passado, hoje o termo "LIVE CINEMA" diz respeito à execução simultânea de imagens, sons e dados por artistas visuais, sonoros ou performáticos que apresentam suas obras ao vivo diante da platéia. São apresentações onde a improvisação e o acaso fazem parte de um processo que resulta na possibilidade de criação e vivência, por parte do público, de uma experiência audiovisual expandida, agora mais do que nunca, também entendida como sensorial e imersiva.

No Brasil, assim como em todo mundo, o Live Cinema segue uma tendência iniciada a partir do início dos anos 2000 que teve na figura do VJ (o DJ de imagens) uma peça fundamental para o seu desenvolvimento e integração com a cultura POP. Dos vídeos clipes da MTV da década de 1980 aos remixes audiovisuais dos VJs das décadas de 1990/2000, o que vemos e experimentamos desde então são formas, não novas, mas sim atualizadas de se ver e experimentar um audiovisual que pelo uso das tecnologias e técnicas disponíveis invadiram nossa vida de forma nunca antes imaginada. Hoje o Live Cinema agrega artistas do porte dos cineastas Francis Ford Coppola e Peter Greenaway, de artistas multimídia como o canadense Herman Kolgen e dos japoneses Ryoji Ikeda e Daito Manabe ou ainda dos brasileiros HOL, Bruno Vianna e Duo N-1 que através do desenvolvimento de suas pesquisas, obras e pensamentos apontam para a criação de uma forma de arte audiovisual que transcende o meio, o espaço e o tempo. Uma arte antenada com a sua época, para a qual o futuro acontece no aqui e agora e claro, feito ao vivo e em tempo real.

Fonte: IV Mostra Live Cinema

Video Mapping

Visualizing ISAM from Leviathan on Vimeo.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cinema Nômade, com Ingmar Bergman


Cinema Nômade

Exibição de filme, Exposição de idéias e Conversações


SARABAND, de INGMAR BERGMAN

"Testemunha a colheita abortada do ódio secretado pelos meios desarranjados de um familialismo doentio, de vidas que se perdem na vontade de fruir 'valores' passionais, libidinais, materiais, comandadas por fantasmas oniricos, eróticos e teológicos....

O que podemos nos tornar ou fazer de nós mesmos...depende do modo de vida que somos capazes de inventar...Depende da qualidade do objeto ao qual nosso desejo adere pelo amor e nosso pensamento é capaz de valorar. E quando apenas padecemos da existência, ressentindo todo acontecimento e gemendo com a crueldade que a vida descarrega sobre nós, quando vivemos como sombras, ausentes de nós mesmos... quem vive em nós? Quem vive por nós? O que fizemos de nós, de nossa potência e de nossas forças? O que deixamos que forças do fora fizessem com nossa existência e nos precipitassem em um destino abissal só então tornado irreverssível e fatal?"

Local: Rua Wanderley, 145, Perdizes, São Paulo/SP

Data e horário: 01.09.11 às 20h30

Entrada Franca!


escolanomade.org / equipe@escolanomade.org / 11 3862 4234 - 8175 7423 - 6406 9075


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Transeunte, de Eryk Rocha


Por entre as cinzas de um presente solitário escondem-se as linhas deriváticas de um futuro improvável. O anônimo de cada um de nós, o incomunicável, o comum, as tolices e as banalidades... a dor profunda da insuportabilidade. Para onde ir? Transeunte, personagem sem passado e sem presente, pura promessa de um futuro indecidível... Pelo jogo de devires e acasos, trabalho profundo da morte, tempo reverso de uma inexorável entropia. São os gestos, as margens do rosto, o mais intenso dos afetos que mapeia a passagem, com linhas, manchas e rugas... Transeunte das paisagens urbanas e força do tempo de um de acontecimento porvir.