
  Aurora (Sunrise)
 1927, EUA, 95min
 Direção: Friedrich Wilhelm Murnau
  Quando pode acontecer de, na vida, perdermos de um só golpe a cabeça, o  corpo e o chão (ou superfície)? Não será no lance mesmo pelo qual  ganhamos um rosto desejável, com sua estética uniforme de falsas  multiplicidades e nos inserimos, rosto e roupagem, em uma nova paisagem  que, de tão fantástica, é impossível habitar? - um desterritório feito  cidade? Acontecimento fatal e inevitável para a emergente vida urbana em  sua condição de troca generalizada que faz de toda relação de  sociabilidade uma trapaça? No instante em que zonas móveis, voláteis e  sem causa imaginável nos façam alçar vôo com as asas da sedução e tecem  um plus de poder...ah...e nos prometem aquele gozo a mais sem o qual não  faz sentido viver!...mas sem a consistência para o vôo da  potencialização necessária! deliramos então e sonhamos de olhos abertos, flutuamos em  utopias, fantasias, ilusões, ficções...
 
O desejo pode encontrar a ocasião de mal-encontrar-se! De ser arrancado de seus ritmos mais lentos ou mais velozes, quando disperso, desatento e descontinuado, entrecortado e banalizado pelo cotidiano rasteiro e sem surpresas, deixa-se seduzir pelo fantástico quimérico, quando carente precisa do que promete sem comprometer-se.
 
E quando nos damos conta...chegamos a nos dar conta realmente? Retomada de si, do outro em nós, de nós no outro, o que ainda poderia significar? Um resgate do amor por arrepender-se ou por conquistar um modo extra, único e necessário de fruir o acontecimento da existência e a experiência de si na relação com o outro? Um devir, feito de devires e de combates que quebram todos os espelhos, - pois afinal o que pode, mais do que os espelhos, tudo achatar e tornar míseras miríades com suas falsas profundidades, sem real profundidade nem duração, esta essência rara do tempo de que é feita a vida? (Luiz Fuganti)
O desejo pode encontrar a ocasião de mal-encontrar-se! De ser arrancado de seus ritmos mais lentos ou mais velozes, quando disperso, desatento e descontinuado, entrecortado e banalizado pelo cotidiano rasteiro e sem surpresas, deixa-se seduzir pelo fantástico quimérico, quando carente precisa do que promete sem comprometer-se.
E quando nos damos conta...chegamos a nos dar conta realmente? Retomada de si, do outro em nós, de nós no outro, o que ainda poderia significar? Um resgate do amor por arrepender-se ou por conquistar um modo extra, único e necessário de fruir o acontecimento da existência e a experiência de si na relação com o outro? Um devir, feito de devires e de combates que quebram todos os espelhos, - pois afinal o que pode, mais do que os espelhos, tudo achatar e tornar míseras miríades com suas falsas profundidades, sem real profundidade nem duração, esta essência rara do tempo de que é feita a vida? (Luiz Fuganti)
Data: 18 de novembro de 2011 às 20h00
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo - SP (11) 3221-5558 / 3222-2662
REALIZAÇÃO
  Ponto de Cultura Movimentos Nômades de Cultura / Escola Nômade de Filosofia
 
APOIO
Oficina Cultural Oswald de Andrade
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário