segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Amor a Flor da Pele, de Wong Kar-Wai


Um ritmo de imagem, um ritmo de música. Contigüidades e ressonâncias de um cinema que cria a atmosfera de sugestão para os encontros afetivos. A suspensão das ações e paixões, com a ocultação das faces e dos corpos, estabelece as condições para encontrar o ato. O espírito do amor flui pelas entrelinhas e pelo interstício dos enquadramentos em "slow motion". Wong Kar-Wai cria uma linguagem rítmica que acessa o ato de pensamento, ativando o expectador em uma espionagem do relacional.

Terra em Transe, de Glauber Rocha


Para que não nos matem a verdade, é melhor morrer de poesia. O poeta-gurreiro Paulo Martins percorre o entre-imagens do universo convulviso de Eldorado, o continente tropical de Terra em Transe. Embriagado do populismo demagógico e do autoritarismo profético, o personagem central ressoa com o ritmo delirante das imagens inquietas de Glauber Rocha, descentrando os avatares do cinema e re-encontrando as condições do dizível e do cantável. Vigorosa e visionária alegoria política sobre o Brasil e a América Latina. Polifonia barroca de diversas culturas. Um filme sem concessões, caótico, polêmico, feito sem a intenção de agradar a quem quer que seja. Para o cineasta Joaquim Pedro de Andrade, "o poeta é o guerrilheiro, pois o povo de Eldorado não assume posição crítica diante de seus problemas e os grandes heróis se fazem com a morte. A morte como fé e não como solução. Assim, a morte do poeta é morte-vida, e não é possível viver quando não se está disposto a morrer por uma idéia, por um amor, por um povo, por um amigo" Terra em transe é a golfada hedionda contra uma gente vigilâmbula, o salto, o grito e o canto para uma terra e para um povo, um povo que falta.

A Alma do Osso, de Cao Guimarães

A Alma do Osso, do cineasta mineiro Cao Guimarães, é uma experiência estética radical. Cinema de paisagens, o filme acompanha a rotina silenciosa de Dominguinhos, um ermitão de 72 anos que vive há aproximadamente 40 anos em uma caverna no interior de Minas Gerais. Trapos e unhas sujas, obsessão por classificar, embalagens, sacos, latas e garrafas... Variações cromáticas, luz, perda de foco, ruídos, deformações da natureza e manuseio de imagens... A câmera acompanha os mínimos gestos, topografa fragmentos de vegetação, busca signos de vida nos movimentos intensivos de uma natureza inorgânica... Do mergulho na vida à invenção de um olhar simbiótico, Cao Guimarães nos propõe uma ontologização da imagem cinematográfica, uma desconstrução da subjetividade, uma concreção do simbólico em fluxos e vibrações de um território existencial singular, modulado pelo discurso vivo de um cinema da superfície...

domingo, 26 de dezembro de 2010

EcoLive Cinema na Cantareira


Chocolate com Castañeda

Cartografias, subversões e hibridações do Flime "Chocolate" com o pensamento xamânico de Carlos Castañeda...



24 e 25 de dezembro de 2010
São Paulo e Vitória da Conquista.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cinema Nômade com Godard

exibição e debate
Diálogos e problematizações acerca de obras cinematográficas

Próximo evento: sexta-feira, 17/12/2010 às 20h00
Exibição do filme: Week-end à Francesa, de Jean-Luc Godard
Um filme em que Godard expõe a banalização de alguns modos sociais com muito humor.
Local: rua Arruda Alvim, 112 (a meia quadra da estação Clínicas do Metrô)
*Entrada Franca*