quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cinema Nômade e Jean Rouch


O cineasta e etnólogo Jean Rouch fez quase todos os seus 120 filmes na África, aonde chegou aos 24 anos como engenheiro de estradas. Rouch põe em xeque as noções de ficção e realidade. Sobre Eu, um Negro, rodado na Costa do Marfim, ele diria: Sabia que iríamos mais fundo na verdade se, em vez de termos atores, as pessoas interpretassem a própria vida. O filme segue um grupo de amigos que vive de biscates. Aceitando a proposta de Rouch, cada um imaginou ser um personagem, inventou uma história, encenou-a pela cidade e depois, assistindo às cenas captadas (sem som), recriou as falas que havia improvisado. O tempo não desfez em nada a força desse filme. Tampouco amenizou o impacto de Os Mestres Loucos, rodado em Gana. Num cruzamento desconcertante de religião, história e individualidade psíquica, o filme mostra uma seita cujos membros, em transe, personificam figuras do colonialismo inglês. No auge do ritual de possessão um animal é sacrificado e comido pelos "mestres loucos" - trabalhadores imigrantes que logo retomarão seu cotidiano sem mistério. São 26 minutos em que não despregamos os olhos da tela.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A obra cinematogáfica de Marguerite Duras no Cinesesc

O Cinesesc está nos presenteando com a oportunidade rara de apreciar algumas obras cinematográficas de Marguerite Duras. O enquadramento sonoro impecável e a estratografia visual intensiva são marcas inequívocas da autora. Vale a pena conferir um dos cinemas que estão na gênese da poética disjuntiva dos agenciamentos audio-visuais modernos, e que mais contribuem para a liberação de atos de fala puros e para a composição dos discursos indiretos livres na grande tela.
Imperdível!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novo Curso da Escola Nômade





A Imagem-Memória: Cinema, pensamento e clínica

por Alessandro Campolina

Análise fílmica e disucussão da obra de diferentes cineastas em suas intercessões com o pensamento de Deleuze, Bergson e Nietzsche. Apresentação da semiótica imagética deleuziana, a partir dos conceitos de imagem, narrativa, movimento e tempo. Hibridações de cinema e clínica: tornamentos e personagens fabulosos.

Conteúdo Progamado

O cinema de Ozu, Resnais e Marker.

O agenciamento audio-visual e a síntese dijuntiva.

Situação-cotidiano: o anal, o ordinário, o regular. Descrições inorgânicas.

O espaço-qualquer. Signos visuais, signos sonoros, signos do tempo.

A imagem, o espelho, o germe. Plano e movimento; montagem e tempo.

Do movente ao cristalino. Espelhamento e montagem-cut.

Esculpindo cristais de tempo: a lógica cristalina da expressão.

Espaço vazio e tempo pleno: o sentido em contato com o tempo (ou o pensamento).

Membrana, cérebro. A Noosfera.

Filmografia Programada

06/08/09 – Noite e Neblina, de Alain Resnais

20/08/09 – Contos de Tóquio, de Yasujiro Ozu

03/09/09 – Pai e Filha, de Yasujiro Ozu

17/09/09 – Bom Dia, de Yasujiro Ozu

01/10/09 – Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais

15/10/09 – O Ano Passado em Marienbad, de Alain Resnais

29/10/08 – Meu Tio da América, de Alain Resnais

05/11/09 – Sem Sol, de Chris Marker

19/11/09 – La Jetée, de Chris Marker

Data de início: 06 de agosto de 2009
Horário: quinzenal, às quinta-feiras, das 19:30 às 22:30hs
Duração: agosto a novembro de 2009
Local: São Paulo-SP (próximo ao Metrô Brigadeiro)

Inscrições: pelo e-mail alecampolina@escolanomade.org

domingo, 28 de junho de 2009

Cinema Nômade com Jean Rouch

Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de Fevereiro de 2004), é o fundador do cinema verdade. Como cineasta e etnólogo, explora o documentário puro e a docuficção criando um subgênero: a etnoficção. Cineasta de extrema importância que extrai uma matéria notável de pensamento para todos aqueles que estão preocupados em problematizar os modos humanos de existir desde as formas ditas primitivas até os modos contemporâneos de viver, e a coexistência e atravessamento das diversas culturas, etnias e valores.

sábado, 13 de junho de 2009

Mostra Jean Rouch na Cinemateca

Algumas dicas para os que nunca viram Jean Rouch:

1-Curtas da década de 40 e 50: as linhas de fuga africanas, o combate ao eurocentrismo, a invenção de dispositvos técnicos e estéticos por Jean Rouch (engenheiro, antropólogo e cineasta). As condições do outramento.
Filmes: Batalha no grande rio, A caça ao leão com o arco, Os mestres loucos, Baterias Dogon, são alguns imperdíveis.

2- Jaguar e Eu, um negro: misto de cinema participativo e performático, dança dos devires negros. A invenção de si e de mundos próprios. A potência nômade fugidia e a ficção enquanto verdade da fuga.

3- Crônica de um Verâo: marco do cinema verdade, a fabulação e o discurso indireto livre no documentário, a produção de encontros-personagens fabulosos. Imperdível ...

4- A pirâmide Humana: a criação de personagens a partir de procedimentos psicodramáticos e a afirmação dos devires...