sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
domingo, 21 de dezembro de 2008
Cinema Nômade com Rossellini

Stromboli por uma miséria terrível demais... Stromboli por uma dor intensa demais... Stomboli por uma beleza grande demais... Rosselini cartografa a ilha de Stromboli com o olhar estrangeiro que revela o mais profundo de uma violência para a qual não há mais ação possível. Planos sucessivos fazem um duplo movimento de criação e apagamento. A ilha ou a terra devastada é repetidamente preenchida por naturezas mortas de personagens cristalizados no limite de situações que excedem. O porto, a pesca, a tempestade, a erupção vulcânica... Uma situação-limite : a gravidade da pesca, o abismo da banalidade, a inanição existencial. Stromboli é um mapa de afetos, território e fissura de uma Europa que convulsiona imóvel diante do inominável da guerra. “Estou acabada, tenho medo, que mistério, que beleza, meu Deus” Stromboli é a tensão disruptiva que arrebata o pensamento com a exterioridade impensável do que só pode ser pensado.